sábado, 20 de novembro de 2010

PRECE

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É chegada a hora de lembrar
Sorrisos dados e recebidos
Desejos e sonhos realizados

Se houve mágoa, o tempo sarou
Se houve tristezas ou desamor
Como sal foi atirado ao fogo
A chama cresceu e logo apagou

É tempo de olhar para o passado
Um comprido novelo de lã escura
Perdido nas linhas emaranhadas
Como flor desfolhada sem frescura

O ontem não é agora, virou nada
Nenhuma hora foi desperdiçada
Não há mais tempo de remendar
Meus trapos de vida atrapalhada

Foram-se anos esparsos de festa
Tive chances, dádivas e fantasias
Deixei-as no porto em companhia
Da bagagem, agora o que me resta?


Conceição Pazzola


18/04/1999.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

HORA DO BRINDE

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Mãos entrelaçadas, os copos trocados
Sobre a mesa o bolo de noiva é perfeito
Chegou a hora do brinde e no silêncio
Jorram as juras do grande amor aceito

O turbilhão da vida leva os belos sonhos
Em seu lugar, só queixa, desejo frustrado
Esperança de serem felizes para sempre
É mentira da carochinha, é conto de fada

Todas as juras e sonhos de um casamento
Ficaram nos cálices vazios sobre a mesa
A rotina dos anos vulgariza sentimentos
De roldão foram arrastadas as surpresas

Mãos entrelaçadas, novos copos trocados
Sobre a mesa o bolo de noiva é perfeito...
É a hora do brinde, nova platéia assiste
Ardentes juras e mais um amor desfeito.


Conceição Pazzola