quinta-feira, 7 de dezembro de 2006

INSTANTE


A gota d’água oscila

Na ponta de uma torneira

Contra o raio de sol poente

Refletido numa parede...

Um átimo de segundo apenas

E a gota d’água desaparece

Cai, ninguém sabe onde

Some e se desvanece

Talvez ninguém tenha visto

O reflexo do raio de sol

Nele surgiu o teu rosto

Quem sabe talvez o meu

Ninguém mais lembrará

Quantas gotas d’água

Oscilaram assim, quantas.

Sequer tiveram a sorte

Instante mágico de encontro

Com a luz quente e brilhante

Efêmera luz, o raio de sol.

Antes de sumir para sempre

E cair no esquecimento

Para onde costumam ir

Infinitas gotinhas d’água...


Conceição Pazzola

Olinda, 01/11/2006.








 

Um comentário:

Sílvia Câmara disse...

Conceição, Poeta. Lindo o encontro dos rostos na gota d'água. E elas não cairam no esquecimento, não! Voltaram nesse belo texto. Um beijo. Silvia