quinta-feira, 7 de dezembro de 2006

SEM APLAUSOS


Desertos restaram os camarins

Sem máscaras, sem fantasias

De colorido cetim esquecidas

Pelos cabides e nas coxias



Por inúteis há luzes apagadas

Sumiram por instantes de espelhos

Mil cenas e trejeitos ensaiados

Ecos nos corredores, conselhos.



Depois somente o total silêncio

Aliado a intenso negrume

Atrás de descidas cortinas

Vagam os sopros, o perfume

O eterno sonho de vaga-lumes



Continuam no palco deserto

Atrás da cortina fechada

Alentos, sonhos e desafios

Agora sem o astro principal

O espetáculo, a retomada

É chegada a hora do ato final



Reaberta da vida a cortina

O elenco se reúne e aproxima

Recomeça nova cena, a sina


De novo há espetáculo humano

No mesmo teatro a compasso

Tudo em seu lugar, sobe o pano

Aos bons artistas, aos palhaços.


Conceição Pazzola
Olinda, 09/101998.

 

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