
Serei o vento a brincar nas palmas
De coqueiros
Em nuvens do céu
Serei a brisa que geme suave
Na copa de árvores
E alvoroça as ondas do mar
Irei buscar espumas
Nos grãos de areia
Talvez no firmamento tocarei
Na lua, nas estrelas,
Nos cumes de montanhas
Lei nenhuma me prenderá
No chão
O céu será a minha casa
Na amplidão
Frio, calor, ódio, dor
Alegrias
Tudo enfim esquecerei
Gotas de chuva a escorrer
Pelo chão
Pelo tronco de árvores
Partículas de mim
Serão
Mesclas de belas cores
Do ocaso nas tardes
Multicores
Sem mais pressa
Sem nada.
Serei o escuro da noite
Nas águas calmas do rio
Serei aurora
Nas madrugadas
E nada, ninguém mais deterá
Eterna e maravilhosa será
A esperada e doce
Liberdade
Esquecerei todos sofrimentos
Desgosto, lágrimas
Angústia
Sem corpo, sem entranhas
Sem correntes corporais
Acharei enfim amor
E a paz
Buscarei braços e abrigo
Como frágil e carente
Criança
Sem dores humanas
Sem perigo
Conhecerei a bonança
Viverei no espaço infinito
Nas brancas nuvens do céu
Nenhum som, nenhum grito
O mundo perfeito será meu
Sem palmas, sem adeus.
Conceição Pazzola
20/10/1981.
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