I
Na matemática severa
Das imagens
Em retângulo brilhante
A face,
Preservada.
Aqui o tempo é um esmalte claro
E o traço outrora impreciso
É perfeito e mineral.
Somente extinta aparência
Vislumbrada além do morto
Confinado
Nos retratos.
II
Em luz e sombra agora
O contemplado
Rosto de antigamente
Exato e raro.
Tudo que foi
Aqui está enterrado.
Em branco e preto
A soma revelada
Do que outrora foi vida
E hoje é distância.
Myriam Fraga.
domingo, 1 de junho de 2008
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2 comentários:
Lindo.
Querida poetisa! Essa é a vida... Estamos nos reconstruindo ao longo dela... Morremos para algumas coisas e nascemos para outras! Se a beleza física, ao longo dos anos vai desbotando, em compensação nos tornamos mais sábios e tolerantes!
Quem escreve como você, manterá para sempre a juventude no frescor da poesia...
Beijos de luz e muitas alegrias!
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