Águas limpas, águas turvas
Reflete sol, reflete o tempo
Encrespa ao vento, se vem chuva
Se vier seca, perde o tormento
Indefeso, desnudo, vai ao relento
Nele navegam peixes e homens
Barcas, roupas, bichos
Cobra-d’água, jacarés, lixo
E segue o percurso inda rijo
Doce, terno, salgado, lerdo
Paciente, desejado, detestado
Vai ao encontro do mar eterno
Quanto sofre, rejeita, contorce
Obstinado...
Homem fosse, arma teria
Falsa defesa, força bruta
Escorre no leito em desalento
Cheio transborda alegre luta
Vai e seco morre triste
Só por um instante, inexiste.
Conceição Pazzola
22/05/1985.
Um comentário:
Ceiça, adorei, muito bonito.
Engraçado que meu tio Luiz Paulo tem um poema muito bonito sobre o rio Amazonas que chama O Homem-Rio. Beijo
Postar um comentário