TORRE DE NÉVOA
Subi ao alto, à minha Torre esguia,
Feita de fumo, névoas e luar,
E pus-me, comovida, a conversar
Com os poetas mortos, todo o dia.
Contei-lhes os meus sonhos, a alegria
Dos versos que são meus, do meu sonhar,
E todos os poetas, a chorar,
Responderam-me então: “Que fantasia,
Criança doida e crente! Nós também
Tivemos ilusões, como ninguém,
E tudo nos fugiu, tudo morreu!…”
Calaram-se os poetas, tristemente…
E é desde então que eu choro amargamente
Na minha Torre esguia junto ao céu!…
Florbela Espanca
Subi ao alto, à minha Torre esguia,
Feita de fumo, névoas e luar,
E pus-me, comovida, a conversar
Com os poetas mortos, todo o dia.
Contei-lhes os meus sonhos, a alegria
Dos versos que são meus, do meu sonhar,
E todos os poetas, a chorar,
Responderam-me então: “Que fantasia,
Criança doida e crente! Nós também
Tivemos ilusões, como ninguém,
E tudo nos fugiu, tudo morreu!…”
Calaram-se os poetas, tristemente…
E é desde então que eu choro amargamente
Na minha Torre esguia junto ao céu!…
Florbela Espanca
2 comentários:
Conceição amiga, Adoro os poemas de Florbela.
A sua capacidade de voar transcende sua imensa tristeza.
Até mesmo seu pranto tem um perfil de flores molhadas, de pequenas tonalidades de alguma alegria.
Daquela alegria que só um poeta sente.
Seu blog está lindo!
Verônica Aroucha.
Seu blog está lindo. Lindas poesias, linda família.
beijão,
Martha
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