quarta-feira, 9 de maio de 2007

BALADA PARA UMA CRIANÇA


Baixaram as cortinas de teu olhar

Afinal tudo em torno ficou silente

Longe se ouve o vento murmurar

A noite de sono chegará contente

Nenhum ruído restará em torno

Cedo a tua cama está dormente

Abrigo suave em canto morno

Menina boneca, doce inocente.

As lentas horas escoam na janela

Sonolenta e fugaz a chuva noturna

Pronta a velar por teu sono

A orquestra vibra nas telhas

Longa a noite chuvosa repetia.

Mescladas às nuvens relutantes

As matutinas estrelas, centelhas

Seu costumeiro brilho perdiam.

Diante de ti, criança irreverente

Os raios de sol brincam de esconder

Sobre teu rosto sopra brisa ardente

Calidez de uma manhã a te dizer

Os bons sonhos somem depressa

Quando é o novo dia amanhecido

Urge reaver todo o tempo perdido.

Estreitas visões de mil promessas

Intensas elas chegam alvissareiras.

Refletem-se pelos recantos de casa

Os teus vagos desejos passageiros

Só no regaço materno acalentados.


Conceição Pazzola.

Olinda, 26/04/1999.



Nenhum comentário: