Sozinha na porta de casa
com meu vestido de chita
e cheiro de terra molhada
olho a fogueira apagada
arrumada por meu pai
no raiar da madrugada
Guardo a criança no olhar
e duas tranças de fita
sinto cheiro de comida
da cozinha de mamãe
onde menino não entra
só na hora da partilha
Distantes cantigas juninas
são as vozes da bandeira
chega de muito longe
o ranger do carro de boi
traz animada a quadrilha
vem a noite esquentar
No terreiro enfeitado
voam fogos de artifício
no céu todo estrelado
já é festa de São João
canta homem e mulher
é a hora do arrasta-pé
toca xote, forró e baião
Estrelinhas e foguetão
nas brasas da fogueira
assanham menino chorão
aquecem a noite festeira
No auge da festa animada
cai a grande chuvarada
esmorece a brincadeira
emudece o sanfoneiro
o triângulo a batucada
Foge o povo do terreiro
adeus brasas apagadas
sonhos alegres e berreiro.
Conceição Pazzola
Olinda, 23 de junho de 2006.
7 comentários:
Ai, amiga Pazzola...
Cabô São João!!!!!!!!!!!
p.s.meu vestido tá ainda cheirando à fogueira, estou sem querer lavar...
Cheiro de flores...
Ah! Que maravilha!
Bjs!
Liris ouvindo um último estampido de traque e brindando com licor de cacau Letieres
Pôxa, que saudade...
O truque era o traque nos trinques, a troca, o toco tosco,
a fogueira fagueira, a bomba que assombra, o foguete no torniquete, o balão de São João acima do avião.
O truque era o toque, o som cheio da bicha-de-rodeio, a frenética da cobrinha-elétrica, o arrojo do rojão.
vó,
ameei o post de abril viu? ficou muuito lindo! Tô comentando aqui, pra a senhora ver mais rápido :)
Espero que a senhora tenha gostado das fotos! Vou aí algum dia desses lhe ver!
Te amo.
Beijos,
Clara
...
-Até me bateu uma nostalgia, dos festejos de Caruarú, e Campina Grande...
Belas Palavras Juninas...
Ai, Ceça! Saudade do São João de Pesqueira... Lindo, seu poema! Senti até o cheiro de milho assado!
Postar um comentário