sábado, 20 de março de 2010

INCERTEZA

Imagem google



Debruça a relva com a ventania
Arrasta uma flor na força das águas
Ninguém ouve seus gritos de agonia
Entregue ao rodopio da correnteza


Suas pétalas agonizam lentamente
Vão de enxurrada sem defesa
Indiferente o rio segue em frente
Obediente à força da natureza

Como a flor dizimada pelo vento
Prossigo afogada na incerteza
Da vida insana sem lamento
Insegura e distante da represa

Envolta na tormenta, devagar
Rendo-me a um torpor benfazejo
Desisto de querer e de sonhar
Desperdiço pétalas dos desejos.


Conceição Pazzola
Junho/2008

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