Poderia ter sido uma manhã como todas as outras não fosse a visita inesperada.
Primeiro cantou no alto das árvores para chamar atenção, como costumava fazer quando Giovanni vivia.
Pé ante pé para não assustá-lo aproximei-me da janela, o nosso visitante de penas negras e papo amarelo pousara no jambeiro que o meu marido plantou defronte a casa.
Balançou o bico de um lado a outro, gorjeou baixinho antes de voar para a grade e nela se acomodar, onde cantou novamente.
Senti os olhos se encherem de lágrimas, o pássaro do qual nem o nome sei esperava pelo assobio que não veio. Na cadeira de seu amigo não havia ninguém.
Contive a emoção ao vê-lo entrar no terraço e pousar no encosto de uma das cadeiras. Foi só um instante, abriu asas e sumiu entre as folhas do quintal.
Os pássaros podem ser amigos fiéis.
Conceição Pazzola
25/9/2008
3 comentários:
Conceição, vim aqui porque adorei o nome de seu blog. Sou Maria e adoro me dizer escrevinhadora. Valeu ter vindo. Estou gostando de suas escrevinhações.
o que será que eles querem nos dizer? Excelente!
Ceiça, que lindo....
O texto é lindo e o acontecimento também.
Me conte quando ele voltar.
beijo
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