Interior da Capela Sistina, Vaticano, julho/1990
Silenciosa, sorrateira, de mansinho
Quase no final do caminho
Ela surgiu de improviso
Apagou o raio de luz, o riso
Fugiu a claridade conhecida
Restaram lembranças remotas
As cores, as formas antigas
Perderam-se no vazio sem volta
Tateio sem ver, abraço o escuro
Apuro mais o ouvido, ouço passos
Recolho da noite os sussurros
Aceito anônimos, desbotados abraços
Entrego minha alma em pedaços
Vou sozinha entre as trevas
Tateio a imensidão, os espaços
Perdida nessa escura selva.
À minha mãe.
Olinda, 10/01/1992.
Conceição Pazzola.
2 comentários:
Conceição:
O poeta tem o dom de recriar todo o universo ao seu modo.
Assim sendo, tanto o passado quanto o presente e o futuro sempre estão ao alcance das nossas mãos.
Parabéns!
Fazia tempo que eu não vinha ao seu blog.
Resta-nos mesmo é tactear a imensidão, os espaços...
Bonito e causando emoção
Estamos juntos!!!
Kim
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