quarta-feira, 28 de novembro de 2007

MOCINHA




Enquanto durava o jogo entre os irmãos e a turma de amigos ela transitava provocativa pelo terraço da casa principal com o livro nas mãos, reclinava-se na rede do terraço e ali permanecia, indiferente aos olhares exasperados de Luisa, a meia irmã, cada dia mais despeitada por enxergar em Mocinha a beleza e as formas exuberantes que lhe faltavam.

Desde que a reconhecera como filha, Anacleto a matriculara no mesmo colégio freqüentado por seus filhos legítimos; desde então, por despertar elogios de professores tornara-se alvo de manifestações hostis dos aliados de Ana Lúcia, que não perdiam oportunidade para humilhá-la.

Indiferente à condição de homem casado e ao falatório dos habitantes daquela próspera cidade de interior, o contador da prefeitura instalara mãe e a filha bastarda numa casa construída dentro dos limites de seu domínio, atrás da moradia principal ocupada por sua esposa e filhos; sempre que podia, mandava o motorista buscá-la à porta do colégio, e não escondia o orgulho de pai.

Naturalmente constrangida, Mocinha evitava aparecer na rua, fugia das festas de bairro, da igreja, estremecia diante dos olhares de ameaça velada lançados pela esposa de Anacleto ao cruzarem os caminhos. Agüentava nas ruas os cochichos sobre a conduta paterna, ele lhe dera o sobrenome e afrontava a lei e os costumes ao repartir quase o mesmo teto com duas mulheres. Fruto da paixão extraconjugal de Anacleto pela humilde costureira Maria Rita, se pudesse escolher ela continuaria no casebre do beco sem nome onde nascera, longe de tudo, da esposa e filhos legítimos de seu pai a quem nada parecia importar, senão desfrutar os prazeres da ostensiva bigamia.

Mal o expediente terminava, atento à saída de Maria Rita ele estacionava o carro oficial diante da fábrica de confecções para esperá-la. Acabou por atrair a antipatia dos proprietários da fábrica, que a demitiram.

Desempregada, Maria Rita resignou-se a viver na casa construída nos fundos de quintal; em breve a forçada proximidade à esposa, aos filhos legítimos arrefeceu a sua confiança nas promessas de Anacleto. Enxergou tarde demais a grande encrenca em que se metera. Entretanto, gentil e amoroso ele a dissuadiu de procurar outra saída.

Imune ao falatório por conta de seus atos, todas as tardes Anacleto guardava o carro na garagem antes de ultrapassar serelepe a curta distância entre as duas casas. Quando o novo dia chegava, corria para o quarto onde a esposa dormia, para onde se transferira sorrateiro no meio da noite.

As duas mulheres significavam a suprema felicidade, a vida perfeita; enquanto em Maria Rita sobressaía a modéstia, a pouca instrução, Luisa freqüentava a sociedade local, estudara no exterior, ostentava anel de doutora em veterinária, para ela montara a clínica de animais lotada quase o dia inteiro. O trabalho a impedia de impor condições ou cobrar mais respeito ao marido, sem querer favorecia a sua busca por novos prazeres.

Consciente das conseqüências, Mocinha gravitava no centro desse vulcão prestes a explodir.

Na noite de seu aniversário viu o pai chegar apressado da repartição, disposto a cumprir a promessa de levá-la ao melhor restaurante da cidade. Abismou-se ao ver a mãe surgir de última hora, toda contente em sua melhor roupa, pronta para acompanhá-los. Durante o percurso permaneceu tensa e calada, ao chegarem ocupou o seu lugar sob os cochichos dos circunstantes. Para agradá-la, Anacleto todo sorridente retirou do bolso um pequeno estojo, percebeu assombrada tratar-se de um lindo anel de pérola, exatamente igual ao de sua meia irmã Ana Lúcia. Diante da ansiosa expectativa no rosto de seu pai sufocou o impulso de devolvê-lo; jamais haveria de compreender o que acontecia por trás de seu rosto sempre feliz.

Submeteu-se ao ritual de colocação do anel, em seguida, pediu licença e caminhou entre as outras mesas, precisava de algum recanto solitário onde pudesse ficar sozinha.

Foi de encontro a Ana Lúcia que se postara no seu caminho com um sorriso zombeteiro. Reteve-a pelo braço sob os olhares galhofeiros do costumeiro grupo de colegas que sempre a acompanhava e abraçou-a com fingida alegria pelo aniversário, atenta ao olhar observador de seu pai, sentado há pouca distância.

A máscara de alegria desapareceu no instante em que notou o anel de pérola idêntico ao seu no dedo de sua meia-irmã. Tomada de fúria afastou-a com um safanão, Mocinha cambaleou. Aproximou-se de seu pai, pronta a esbofeteá-lo; a mão ficou no ar, num reflexo providencial Maria Rita se erguera para segurar-lhe o braço. Atônito, sem entender de pronto Anacleto permaneceu boquiaberto até Mocinha segurá-lo pelo braço e abandonarem o recinto, sob os murmúrios escandalizados.

Depois do fiasco da noite que poderia ter sido tão bela, entregue aos torturantes pensamentos Mocinha perdeu o sono. Completara dezoito anos, chegou à conclusão que o sonho de concluir a universidade antes de procurar emprego teria de ser adiado. Urgia encontrar uma saída para o emaranhado de equívocos que era a sua vida.

Tentaria convencer o pai a ajudá-la em seus projetos. Altas horas da noite sentiu a boca ressecada, entreabriu devagar a porta de seu quarto para buscar um copo de água, a tempo de ver Anacleto de pijama escapar pelo corredor antes que o dia clareasse. Mais uma vez realizava a retirada estratégica rumo aos deveres de esposo.

O desagradável flagrante obrigou-a a recuar, fechou a porta e voltou para a cama, não sem antes jurar a si mesma jamais suportar vida semelhante à de sua mãe.

Esperou ansiosa a chegada de novo dia; temia perder a coragem acumulada durante a longa noite remoendo o plano de surpreender o pai no local de trabalho.

Os primeiros raios de sol clarearam o quarto no instante em que ela adormeceu. Despertou em sobressalto com os gritos de Maria Rita, alguém se encarregara de avisá-la sobre a trágica morte de Anacleto aos quarenta e quatro anos. Confundido por um assaltante, o filho mais velho o fulminara com um tiro.

Mal o concorrido funeral terminou, ainda com o vestido negro e a expressão transtornada Luísa venceu a distância antes nunca ultrapassada entre as duas casas. Invadiu com pisadas firmes a humilde casa habitada pela segunda família de seu marido. Enrodilhada no sofá, o rosto inchado por tantas horas de copiosas lágrimas Maria Rita esqueceu o ímpeto raivoso e recomeçou a chorar ao vê-la. Entre soluços, sem perceber o que estavam fazendo as duas mulheres se jogaram nos braços uma da outra para dividir a dor pela perda de Anacleto.

Em seu quarto onde se fechara desde o enterro Mocinha ouvira os passos, a princípio supôs tratar-se de sua imaginação por conta do choque recebido. O coração pulsou mais forte quando os soluços foram substituídos pelo tom seco e ameaçador da voz de Luísa. De um pulo estava de pé. No centro da sala, recomposta e implacável a viúva de seu pai exigia que elas desocupassem a casa o mais depressa possível; a morte prematura de Anacleto dera fim a uma vergonha que agüentara por muitos anos.

A situação agora era diferente. Queria ver mãe e filha bem distantes de tudo o que lhe pertencia...

Arrebatada em seu desabafo não percebeu a presença de Mocinha. De olhos milagrosamente enxutos esperou que terminasse o exaltado discurso controlando o impulso de pular em seu pescoço.

Então a esposa de seu pai sequer deixara o corpo esfriar para verter sobre elas o rancor represado durante tantos anos?

Diante de sua mãe estupefata respirou com força e replicou, compreendia o seu desabafo ditado pela viuvez recente. Gostaria de satisfazê-la, porém, acreditava que era preciso esperar a abertura de um inventário ou documento legal deixado por Anacleto. Algum direito a sua mãe e ela deviam ter.

Quando a porta fechou-se com estrondo atrás da furiosa Luísa, desnorteada com o choro convulsivo de sua mãe Mocinha entendeu a própria solidão para enfrentar a fúria da família de seu pai. Aquilo fora somente o primeiro round; dali em diante a luta se tornaria ferrenha, precisava de apoio.

A manhã apenas começava, apesar da chuva torrencial ultrapassou apressada a distância que a separava do colégio; queria ouvir os conselhos do bondoso professor de direito civil, Doutor Xavier. Sempre se mostrara amigo, solidário, haveria de dar bons conselhos.

Encontrou-o na sala dos professores à espera do toque da sineta saboreando um café. Embora surpreso por sua entrada inesperada depois de tê-la visto tão chorosa no enterro do dia anterior, acolheu-a com a costumeira cordialidade, o olhar carregado de perguntas indicou a cadeira.

Tão logo Mocinha começou a falar, o semblante carregado e atento do professor a convenceu que tomara a decisão acertada ao procurá-lo.

Quando se calou, Doutor Xavier coçou ligeiramente a barbicha rala, em seguida pediu tempo para conversar com o colega de banca, poderia ter melhor opinião sobre o que ela precisava fazer. Aconselhou-a a continuar na casa onde o pai a deixara, por enquanto nada poderia adiantar.

Malogrado o desejo de encontrar uma solução, ansiosa para livrar-se da opressão que a consumia Mocinha retirou-se. Na amplidão do pátio sobressaltou-se ao ruído da sineta e precipitou-se para fora do colégio.

Impulsionada por nova idéia correu para o centro comercial sob a chuva intermitente que parecia não sentir. Tinha pressa em ouvir palavras confortantes.

Não havia tempo a desperdiçar, a pobre mãe dependia de sua presteza. Há poucos passos do edifício do escritório de advocacia estacou a contragosto na faixa de pedestres à espera do sinal verde.

Depois de um tempo que lhe pareceu interminável o semáforo abriu. Ouviu o ranger dos pneus. Antes que pudesse reagir, um dos carros interrompeu a marcha, abriu a porta e alguém a puxou com violência, em seguida arrancou célere para desaparecer na primeira curva.

À dor e as lágrimas pela perda de Anacleto logo foram esquecidas diante da aflição quando a noite chegou sem que Mocinha voltasse para casa. O casaco largado sobre o espaldar de uma cadeira alimentou a ilusão de vê-la entrar a qualquer momento. Movida pela ânsia de conhecer o paradeiro da filha, em desespero Maria Rita ultrapassou a curta distância até a casa principal.

Reunidos no terraço em acalorada discussão, os filhos de Anacleto obrigaram-na a retroceder sob uma enxurrada de palavras ofensivas. Daquela gente nada podia esperar.

Segurou o agasalho da filha contra o peito e correu na noite escura até a sala do chefe de policia para buscar ajuda. O representante da lei encarou-a com ostensivo desprezo, como toda a cidade ele estivera no funeral; conhecia a escandalosa história de bigamia quase sob o mesmo teto. Os seus filhos freqüentavam a clínica veterinária de Luísa que tratava dos cães da sua família.

Com evidente má vontade ouviu as queixas e as súplicas de Maria Rita, prometeu agir somente depois de quarenta e oito horas. Antes, nada poderia fazer, entre outras hipóteses Mocinha poderia ter fugido com o namorado ou estar em casa de algum conhecido; necessitava acalmar-se e esperar.

Afinal a mulher foi embora, a despeito de tudo o que lhe dissera e da hora tardia escalou um grupo de soldados para averiguar o sumiço de Mocinha. O dia clareou e eles voltaram com a placa do veículo onde Mocinha embarcara a contragosto e um anel de pérola encontrado na sarjeta.

Apesar desses indícios, nada conduziu à descoberta de quem a raptara ou ao local onde Mocinha pudesse estar.

O tempo correu e o caso caiu no esquecimento.

Nas férias daquele ano, os amigos dos filhos do finado contador da prefeitura, que escandalizara a pequena cidade ao abrigar em seu domínio duas mulheres sentiu muita falta de Mocinha, cujo paradeiro continuava uma incógnita.

Na casa abandonada onde Maria Rita e a filha haviam morado, Luísa montara amplo canil para animais em recuperação.

Somente seis anos depois aconteceu a abertura do espólio de Anacleto.

No antigo beco onde voltara a viver quando o tempo se encarregou de reduzir o anseio de saber o que acontecera à filha, a costureira Maria Rita abriu o volumoso envelope, depois se acomodou melhor na cadeira.

Sem querer acreditar no que acabara de ler nas páginas carimbadas por um tabelião, ela sentiu as lágrimas escorrerem pelo rosto. O único homem a quem amara havia destinado a metade de seus bens para Mocinha: uma casa à beira-mar, um chalé em cidade montanhosa e uma pensão vitalícia para ela.

Dobrou novamente o volumoso documento, guardou-o cuidadosamente no envelope antes de jogá-lo na gaveta onde juntara todas as lembranças de sua filha.

Voltou a sentar diante da máquina de costura com um sorriso tristonho, ainda não perdera por completo a esperança.


Conceição Pazzola.

Olinda, 09 de novembro de 2004.

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

ESPERANÇA






(praia de Cumbuco)


Vejo brotar pequena flor

Nesse canteiro de espinhos

No meio de minhas dores

Entre as ervas daninhas


Desabrocha novo alento

Devagar teima e persiste

Ao furor de chuva e vento

Resiste semi-escondida


Disfarça a dor do passado

Nas pétalas de arco-íris

Exala cores perfumadas


Apequena minha tristeza

Durante o efêmero viver

Afugenta com seu aroma

Relances de mal querer


Esconde entre suas pétalas

As dores, a feia realidade

Espalha energia e vontade

De palmilhar nova estrada.


Conceição Pazzola 05/05/1999.


quarta-feira, 21 de novembro de 2007

SOMBRAS











Interior da Capela Sistina, Vaticano, julho/1990



Silenciosa, sorrateira, de mansinho

Quase no final do caminho

Ela surgiu de improviso

Apagou o raio de luz, o riso

Fugiu a claridade conhecida

Restaram lembranças remotas

As cores, as formas antigas

Perderam-se no vazio sem volta

Tateio sem ver, abraço o escuro

Apuro mais o ouvido, ouço passos

Recolho da noite os sussurros

Aceito anônimos, desbotados abraços

Entrego minha alma em pedaços

Vou sozinha entre as trevas

Tateio a imensidão, os espaços

Perdida nessa escura selva.


À minha mãe.


Olinda, 10/01/1992.

Conceição Pazzola.


segunda-feira, 19 de novembro de 2007

FLASHES DA SAUDADE




Sennori, Sardenha.
maio de 1990.

Vestimos os trajes típicos da região que passa de geração a geração, todo bordado a fio de ouro.

1 - Alghero, Sardenha, janeiro de 1991.
















Para a foto fiz pose no degrau de entrada da casa de meu caríssimo cunhado Nicolino, um muratori (pedreiro) que sempre viveu nessa cidade chamada Sennori, terra natal também de meu marido Giovanni, cheia de subidas íngremes, planaltos e gente muito hospitaleira.
E me perguntei: quando no Brasil um pedreiro teria uma casa igual ou parecida?
Quando saíamos a explorar os montes, ruas estreitas e igrejas antigas eu me surpreendia ao escutar "Bons dias! ".
No dialeto sardo, muitas palavras parecem a nossa língua portuguesa, apesar de me contarem que a bandeira da Sardenha ostenta os quatro mouros, numa referência aos seus descobridores.
O sul da Itália corresponde ao Nordeste brasileiro, mas a Sardenha conseguiu destacar-se como a ilha dos sonhos por seus recantos e praias deslumbrantes.
Vizinha da França, da Suiça, a Sardenha hoje é preferida pelos turistas de todas as partes do mundo, inclusive dos italianos do Norte.


26-11-90

Querida

Obrigado por aquele bilhete. Fiquei emocionado. Você é uma esposa carinhosa com teu marido. Uma mãe amorosa com os filhos e com os netos. Não escrevo mais. Quando eu voltar no mais ou menos dia 10 ou 15 de janeiro eu te conto todo este maravilhoso passeio repito pena você não estar comigo. Foi uma festa para todos os idosos sardos espalhados pelo mundo.

Quando um dia se Deus quiser voltaremos juntos outra vez.

Teu

Giovanni


1 - Vista aérea do Hotel de Cagliari, capital da Sardenha.

quarta-feira, 14 de novembro de 2007















1 - A famosa escadaria da Piazza Veneto, Roma, julho de 1990


2 -
Monumento de Roma, julho de 1990

















1 e 4 - O Coliseu, Roma,
1990.










2 - O povo se aglomera na Praça
até a toalha vermelha aparecer na 2ª janela, da direita para a esquerda, sinal de que o Papa vai aparecer e abençoar.




3 - O túmulo de São Pedro, Interior da Capela Sistina/Vaticano/1990.

















A visão das ruínas do Coliseu onde os cristãos serviam de espetáculo para os imperadores e o povo se divertirem enquanto eram devorados pelos leões mexeu bastante comigo. Esqueci o sol forte de julho, o calor infernal e o barulho de várias línguas dos turistas, diante de mim imagens dos filmes antigos que sempre eram exibidos no tempo de Páscoa voltaram em avalanche. Em seu interior, subimos alguns degraus para ver o anfiteatro, dali a platéia gritava enquanto as feras rugiam e devoravam suas vítimas.
Anos depois, as imagens do belo Gladiador Russel Crowe reacendeu a saudade e as lembranças de Roma.

terça-feira, 13 de novembro de 2007

































A viagem
inesquecível.
Para ele, o retorno ao ninho de onde partira. Para mim, a prometida, embora tardia lua-de-mel na Itália.
Longe de filhos, netos, de casa. Quando possível,
Só nós dois e toda aquela lindeza ao redor.



1-Ruínas de Roma/90

2- Vista da praça de São Pedro/Vaticano/90

3-Roma/90

4-Rimini/90

5-Campana com irmãs e cunhada (de vermelho)/92

6-Sardenha/92

7-Sardenha/90

Mal chegamos na Sardenha descolori mais os cabelos. A Sardenha é uma ilha encantada, durante todo o tempo me perguntava como uma pessoa pode deixá-la para sempre.
Não é tão pequena quanto dizem, passamos quase dois meses passeando e assim mesmo ainda faltou muita coisa para ver. Isso foi só o começo.
No ano seguinte ele foi sorteado pelo grupo sardo Candelieres (candelabros), que promove o reencontro de imigrantes idosos com todas as despesas pagas.
Foi uma sorte imensa, imaginamos que o felizardo teria que viajar sozinho. Somente ao chegar no hotel de Cagliari, a capital da Sardenha, Giovanni viu casais. Pergunta daqui, dali, descobriu que poderia ter me levado consigo.
No ano seguinte voltou à ilha e de novo foi sozinho resolver problemas com a previdência italiana.
Nunca deixamos de louvar a sorte grande que nos proporcionou tantas alegrias, uma atrás da outra.


quarta-feira, 7 de novembro de 2007

O PAZZOLA, QUEM É?



Ele era um garoto
Igual a você...
Com energia pra dar e vender
Amava a terra a sua gente
E não cogitava
Ganhar o mundo para sofrer


Tinha um desejo bem natural
De ser alguém na terra natal
Mas veio a guerra tudo mudou
O seu lindo sonho se evaporou
Sem ter escolha se alistou
Para lutar contra os Aliados

Trocou a Itália veio ao Brasil
Livre de farda sem o fuzil

Trabalho e pão logo encontrou
Além de paz descobriu o amor

Nada faltava mas mesmo assim
Pra sua terra queria voltar
Rever de novo o belo jardim
O tempo passara, levara fim

Por que lembrar tanta tristeza?
Se Deus lhe dera maior riqueza
Na volta à Itália ele sentiu
Sua nova terra se chama Brasil.

Abraço amigo
Conceição Pazzola 16/04/2002.


segunda-feira, 5 de novembro de 2007

04 DE NOVEMBRO DE 2007





Na grande árvore que forma as nossas famílias, mais uma folha vimos desfolhar-se da copa. Mais uma folha voa ao sabor dos ventos a caminho da Luz. Vai juntar-se aos nossos que já cumpriram sua missão nessa nossa vida.

Posso dizer com carinho que Giovanni cumpriu sua missão entre nós. A linda Família que gerou mostra sua dedicação, amor, união, perseverança, discernimento e força, entre outras várias qualidades que transformaram a Família Cardim Pazzola nessa grande pedra preciosa que é hoje. Permita-me tia lembrar-lhe que o seu escrito “A Árvore e o Mestre” define bem Giovanni – um “BOM MESTRE”.

Ao mesmo tempo que nos entristecemos, devemos nos alegrar revivendo as lembranças lindas que guardamos dele, sabendo que agora temos mais um Espírito de Luz olhando por nós, no Plano Espiritual, aguardando para nos receber quando deste momento também participarmos.

Com amor e carinho,

Adelmo

Em nome de Yara, filhos e netos.