Meus avós foram queimados
Pelo sol da África
Minh'alma recebeu o batismo dos tambores
Atabaques, gonguês e agogôs
Contaram-me que meus avós
Vieram de Luanda
Como mercadoria de baixo preço
Plantaram cana pro senhor do engenho novo
E fundaram o primeiro maracatu
Depois meu avô brigou como um danado
Nas terras de Zumbi
Era valente como quê
Na capoeira ou na faca
Escreveu não leu
O pau comeu
Não foi um pai João
Humilde e manso
Mesmo vovó
Não foi de brincadeira
Na guerra dos Malés se destacou
Na minh'alma ficou
O samba, o batuque, o bamboleio
E o desejo de libertação...
Francisco Solano Trindade
Pelo sol da África
Minh'alma recebeu o batismo dos tambores
Atabaques, gonguês e agogôs
Contaram-me que meus avós
Vieram de Luanda
Como mercadoria de baixo preço
Plantaram cana pro senhor do engenho novo
E fundaram o primeiro maracatu
Depois meu avô brigou como um danado
Nas terras de Zumbi
Era valente como quê
Na capoeira ou na faca
Escreveu não leu
O pau comeu
Não foi um pai João
Humilde e manso
Mesmo vovó
Não foi de brincadeira
Na guerra dos Malés se destacou
Na minh'alma ficou
O samba, o batuque, o bamboleio
E o desejo de libertação...
Francisco Solano Trindade
Francisco Solano Trindade era poeta, pintor, teatrólogo, ator e folclorista. Nasceu no dia 24 de julho de 1908, no bairro de São José, e sempre lutou em prol da resistência negra. Fundou em 1936 a Frente Pernambucana Negra e o Centro de Cultura Afro-Brasileira, com o objetivo de divulgar a produção cultural dos intelectuais e artistas negros.
Na literatura, Solano estreou em 1944, com "Poemas de uma Vida Simples", e publicou ainda outros dois livros: "Seis Tempos de Poesia" (1958) e "Cantares ao Meu Povo" (1961). Em 1954, em São Paulo, fundou o Teatro Popular Brasileiro (TPB), onde desenvolveu uma intensa atividade cultural voltada para o folclore e para a denúncia do racismo.
Um comentário:
Boa escolha, amiga. Eu adoro Solano Trindade
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