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Nossa cadela vira-lata acabara de morrer e eu ainda me sentia triste e saudosa, quando numa certa manhã de sábado o casal de franceses, donos da Gráfica Barthel onde meu marido trabalhava, apareceu de surpresa em nosso sítio. Ela com Chuquete nos braços como se carregasse uma criança. Botou-a no chão, me deu um abraço e contou que a cadela era sua, mas, morava num prédio em que não era permitido criar cães. Enquanto pequenina, Chuquete havia passado despercebida. Agora não dava mais para escondê-la. Crescera, fazia barulho e o jeito era eles se desfazerem dela. Dito isso, voltou ao carro, retirou os brinquedinhos de Chuquete, a coleira e uma caminha de cachorro. Jogou tudo no terraço lá de casa, depois de pouco tempo o casal de franceses foi embora. Nem esperaram que eu dissesse alguma coisa. Chuquete já cheirava a casa toda reconhecendo o território e se tornou minha companhia quando Giovanni saía de manhã pra trabalhar, só regressando ao anoitecer. Certa manhã, entretida na máquina de costura, não ouvi o portão da rua. O transportador de gás com o bujão às costas entrou repentinamente aos gritos, com Chuquete colada na sua perna. A calça rasgada, o homem soltava pragas contra o animal, sem entender que ela fazia seu papel de cão de guarda, protegendo-me. Não ouvi nenhum latido nem antes nem depois da saída do homem do gás.
Na primeira vez que Chuquete entrou no cio, ingenuamente Giovanni perdeu tempo construindo um galpão de madeira para protegê-la dos cachorros da vizinhança. Verdadeira matilha invadiu nosso quintal, em pouco tempo destruiram o galpão e entraram.
Meu marido passou a apedrejá-los, sem resultados. Até que um deles, justamente o cachorro de nossa melhor vizinha foi atingido por uma pedra e tombou. Apavorado, Giovanni foi buscar uma pá, cavou o buraco pra enterrar o cachorro de Dona Inácia. Antes que ele terminasse de cavar, o animal sacudiu-se completamenrte refeito e correu para sua casa. Melhor assim.
Quando vendemos o sítio, não foi possível levar Chuquete conosco. Ela deitou no terraço e ali ficou em silêncio, olhando-nos partir. Pouco tempo depois soubemos que Chuquete morrera de saudade de nós.
Conceição Pazzola
26/5/2010
Nossa cadela vira-lata acabara de morrer e eu ainda me sentia triste e saudosa, quando numa certa manhã de sábado o casal de franceses, donos da Gráfica Barthel onde meu marido trabalhava, apareceu de surpresa em nosso sítio. Ela com Chuquete nos braços como se carregasse uma criança. Botou-a no chão, me deu um abraço e contou que a cadela era sua, mas, morava num prédio em que não era permitido criar cães. Enquanto pequenina, Chuquete havia passado despercebida. Agora não dava mais para escondê-la. Crescera, fazia barulho e o jeito era eles se desfazerem dela. Dito isso, voltou ao carro, retirou os brinquedinhos de Chuquete, a coleira e uma caminha de cachorro. Jogou tudo no terraço lá de casa, depois de pouco tempo o casal de franceses foi embora. Nem esperaram que eu dissesse alguma coisa. Chuquete já cheirava a casa toda reconhecendo o território e se tornou minha companhia quando Giovanni saía de manhã pra trabalhar, só regressando ao anoitecer. Certa manhã, entretida na máquina de costura, não ouvi o portão da rua. O transportador de gás com o bujão às costas entrou repentinamente aos gritos, com Chuquete colada na sua perna. A calça rasgada, o homem soltava pragas contra o animal, sem entender que ela fazia seu papel de cão de guarda, protegendo-me. Não ouvi nenhum latido nem antes nem depois da saída do homem do gás.
Na primeira vez que Chuquete entrou no cio, ingenuamente Giovanni perdeu tempo construindo um galpão de madeira para protegê-la dos cachorros da vizinhança. Verdadeira matilha invadiu nosso quintal, em pouco tempo destruiram o galpão e entraram.
Meu marido passou a apedrejá-los, sem resultados. Até que um deles, justamente o cachorro de nossa melhor vizinha foi atingido por uma pedra e tombou. Apavorado, Giovanni foi buscar uma pá, cavou o buraco pra enterrar o cachorro de Dona Inácia. Antes que ele terminasse de cavar, o animal sacudiu-se completamenrte refeito e correu para sua casa. Melhor assim.
Quando vendemos o sítio, não foi possível levar Chuquete conosco. Ela deitou no terraço e ali ficou em silêncio, olhando-nos partir. Pouco tempo depois soubemos que Chuquete morrera de saudade de nós.
Conceição Pazzola
26/5/2010
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