quarta-feira, 6 de maio de 2009

A TERRA E O AMOR MATERNO


Minha mãe Sebastiana e sua neta Ines



Produtiva, a terra faz pelo homem o desabrochar das sementes nela depositadas, devolve o seu trabalho com a mesa farta, capaz de saciar a fome de quantos dedicam o seu tempo a cultivá-la. Lindo é o nascer de tenros brotos, entregues à força da Natureza, ao vento, à chuva, a toda sorte de ameaças.

Transfigurados em flores, depois em frutos, vão dar origem às novas sementes, tão logo atiradas à terra continuarão o ciclo vital para a sobrevivência daqueles que a cultivaram.

Semelhante ao amor materno é o exemplo da terra cultivada, invadindo os nossos olhos de verde. Aos filhos, brotos tenros entregues a toda sorte de ameaças na luta pela vida, o amor de mãe bem cultivado, autêntico, conduz sem interferir, disciplina sem magoar, ama, sem exigir.

Sabe devolver com redobrada ternura tudo quanto recebe e nada pede em troca.

Até mesmo ao ver o desabrochar de sua “semente” em frágil criança, depois em ser adulto, continua guardando a doce imagem do inocente menino a quem acalentou um dia.

Nem a terra, nem o amor materno, férteis, generosos, têm preço.



Maria da Conceição Cardim Pazzola
09/05/1984.