Ainda quero rever um dia
Espero esteja muito próximo
Neste mesmo espelho mágico
Onde há hoje apenas exibida
A eterna máscara tristonha
Tua e tão repetida
Um dia eu a busquei risonha
Em vez disso ei-la sem graça
Sempre tão enfastiada
Quisera houvesse um milagre
Transformá-la em nova criança
Alegre, cativante e sincera
De novo a viçosa primavera
Recobrado o autêntico sorriso
Banido agora de seu rosto sério
Apertado entre suas mãos
Tal máscara de gente grande
Esquecida de feliz infância
Sonhei vê-la solta, livre
Entretida nos brinquedos
Fantasiada de princesa
Do reino da alegria
Sem segredos
À espera de um momento mágico
Em que a aurora reaparece
No galope de um cavalo branco
Vem São Jorge e sua espada brilhante
Contra o inimigo, o monstro dragão
Longe de mil sonhos mal vividos
De longas, tristes horas solitárias
Longe de um tempo comprido
Feio tempo de brincar de gente grande.
Maria da Conceição Pazzola.
3/10/1998
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