Debruça a relva com a ventania
Arrasta uma flor na força das águas
Ninguém ouve seus gritos de agonia
Entregue ao rodopio da correnteza
Suas pétalas agonizam lentamente
Vão de enxurrada sem defesa
Indiferente o rio segue em frente
Obediente à força da natureza
Como a flor dizimada pelo vento
Prossigo afogada na incerteza
Da vida insana sem lamento
Insegura e distante da represa
Envolta na tormenta, devagar
Rendo-me a um torpor benfazejo
Desisto de querer e de sonhar
Desperdiço pétalas dos desejos.
Conceição Pazzola
Junho/2008
3 comentários:
Belo, Ceiça.
Triste e belo.
Foi no momento do cansaço da luta, assim que você bela flor se deixou levar, encontrou a luz e a chegada.
Lindo amiga.
bjs
Olá, Senhora Conceição.
Encontrei seu blog e vim dar uma espiada. Gostei do seu estilo de escrita bem como das temáticas.
Bom, vou seguir seu blog para voltar.
Sucesso!
José Heber
www.joseheber.blogspot.com
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