quinta-feira, 9 de abril de 2009

A CAIXA PRETA - Sinopse


Amóz Oz
A CAIXA PRETA



...Certa manhã brilhante, pouco depois do nosso casamento, quando eu estava detido por manobras da minha unidade em Neguev, ele apareceu em Jerusalém e começou a explicar delicadamente a você, como que covardemente, que o filho dele - para sua grande mágoa - era apenas "uma alma burocrática", enquanto vocês dois eram como "um casal de águias aprisionadas". Por isso, de joelhos, ele suplicava que você consentisse em passar com ele apenas "uma noite mágica". E jurou por tudo que lhe era mais caro e sagrado que não tocaria em você nem com um dedinho sequer - ele não era um vilão - mas apenas ouviria você tocando e lendo suas poesias, depois passearia com você pelas montanhas em torno da cidade, concluindo com a vista do "nascer do sol metafísico" do topo da torre da ACM. Quando você recusou, passou a chamá-la de "biscatezinha polonesa" que astuciosamente dominara seu filho e foi embora. (Naquelas noites, você e eu já tínhamos começado a nos excitar com os jogos do terceiro na cama. Ainda não tínhamos saído do terreno da imaginação. Será que o Czar era o terceiro homem das suas fantasias? A primeira mentira que você me disse?)...
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A caixa preta a que se refere o título não pertence a um avião, e sim a uma relação amorosa desfeita. Anos depois do divórcio escandaloso, Ilana, a esposa rejeitada, emerge das cinzas do tempo, da distância e do rancor para passar a limpo seu casamento com Alex Guideon, professor e escritor mundialmente famoso.A troca de cartas vai num crescendo, a princípio contido, até explodir em confissões perturbadoras sobre um grande amor nunca exterminado pelo correr dos anos. Ao mesmo tempo, por trás de paixões pessoais tão intensas que beiram a loucura, desenha-se com precisão o complexo panorama social, religioso e político da vida em Israel na segunda metade do século XX. Fortemente erótico, mas também engraçado e poético, A CAIXA PRETA revela aos poucos sua sabedoria mais funda e amarga: somente a proximidade da morte e a consciência da finitude do corpo podem apaziguar as paixões.

Pesquisa: google.






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