Ainda não se inventou um dia especial para homenagear aqueles a quem botamos no mundo, os nossos filhos. Nenhum se recorda de ter escolhido ou sido consultado se gostaria de fazer parte desse núcleo familiar onde veio parar. Foram os pais quem decidiram por ele, a quem devem amor e obediência e à família que não escolheu de sã consciência? Dizem os adeptos da religião espírita que em em vidas anteriores, estreitos laços nos uniram às pessoas a quem estamos ligados, mas, o fato é que nada existe de concreto para nos tranqüilizar a respeito.
Já existe o Dia do Estudante, dos Namorados, dos Pais, das Avós, das Mães, da Sogra, por que não o Dia dos Filhos? Ninguém rejeitará a idéia, os pais certamente serão os primeiros, porque no íntimo continuam a enxergar-nos com os mesmos olhos de quando nascemos. Por causa desse intrigante mistério do amor, apesar de muitos já não serem mais aqueles moleques que tinham pavor de escuro e jogavam bola na rua, continuam a ser vistos como meninos; dispostos a participar de todos os acontecimentos de suas vidas, mesmo depois de também se tornarem pais e morarem distantes.
Muitas vezes, cometem exageros ao projetar sobre os filhos ambições antigas. Lutam com todas as armas para vê-los alcançar o que não conseguiram, insensíveis aos anseios particulares que possam acalentar. Por causa disso, para satisfazer os desejos paternos, muitos filhos calam os próprios sonhos dentro de si mesmos, de forma involuntária ou não. O que mais importa é não decepcionar aos “velhos”.
Esquecidos de quanto foram gratificantes as vitórias contra os obstáculos para as futuras andanças na vida adulta, os extremos paternos preocupam-se em eliminar do caminho de seus rebentos as dificuldades que eles próprios enfrentaram; o maior perigo é deixá-los indefesos contra as inevitáveis desilusões.
Para que exista equilíbrio precisamos alinhar os zelos ditados pelo amor, com a necessidade de preparar nossos filhos para a luta pela sobrevivência, tornando-os capazes de fazer as próprias escolhas, seguros de que poderão contar com o discernimento e apoio de seus pais.
CONCEIÇÃO CARDIM PAZZOLA
Agosto/1977.
3 comentários:
E em relação aos teus, Ceiça, prepará-los com amor, creio que o fizeste bem. Embora te conheça tão pouco, mas conheço o suficiente para acreditar nisto.
Abraços!
Querida Conceição,
É como Gerlane diz:"...prepará-los com amor..." É isto que eu vejo, os seus são maravilhosos. Quanto O DIA DOS FILHOS, já existe O DIA DAS CRIANÇAS. Embora sejam adultos, às vezes, o nosso sempre são tratados como crianças, não é verdade? Mas valeu, Ceiça!
VIVA O DIA DAS CRIANÇAS!
Abs do,
Calvino
Ceiça, que bela foto, sua família é bela, amiga.
beijo
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