Pergunte ao tempo
Por que tanta chuva
Tanto frio e vento
Para onde levaram
O calor do Nordeste
Aquela brisa mansa
Que beija e balança
Chão molhado o ano inteiro
Quem controla o pensamento
Sem controle do cajueiro
Pergunte ao vento
Que traz esse odor
De todos dezembros
Se ainda não chegou
Já quase varre o céu
Espalha-se pelos ares
O cajueiro perfumado
Visão de tempo antigo
De criança, gente feliz
Entregue ao deleite
De frutos, castanhas
Pelos meses quentes
Pergunte ao cajueiro
Por que se pôs florido
Se ainda não é verão
Os galhos varrem o céu
Conversam com nuvens
Dá flores, faz promessa
No quentes meses fartos
De frutos e castanhas
Conceição Pazzola
outubro/2007