
É chegada a hora de lembrar
Sorrisos dados e recebidos
Desejos e sonhos realizados
Se houve mágoa, o tempo sarou
Se houve tristezas ou desamor
Como sal foi atirado ao fogo
A chama cresceu e logo apagou
É tempo de olhar para o passado
Um comprido novelo de lã escura
Perdido nas linhas emaranhadas
Como flor desfolhada sem frescura
O ontem não é agora, virou nada
Nenhuma hora foi desperdiçada
Não há mais tempo de remendar
Meus trapos de vida atrapalhada
Foram-se anos esparsos de festa
Tive chances, dádivas e fantasias
Deixei-as no porto em companhia
Da bagagem, agora o que me resta?
Conceição Pazzola
18/04/1999.