sábado, 28 de agosto de 2010

TANTO TEMPO


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Já se passou tanto tempo
Sem te ver e sem saber
Você não está por perto
À espera do momento certo
Para surgir sem avisar
Em qualquer horário
A qualquer instante
Somente para me ver

Ou sorrir sem dizer nada
Sempre o anjo de nós dois
Soprava ao seu ouvido
Vá agora, ela o espera
A luz do dia irradiava você
Aquecia a friagem da noite
Antes de a porta se abrir
Ouvia o barulho de passos

Sabia quanto você me amava
Olhos nos olhos e nada mais
Era preciso, tínhamos a certeza
De que a vida valia a pena.






Conceição Pazzola

Junho/2008

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

SILÊNCIO

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Na ponta dos pés
De mansinho
Levaste meu sossego
Deixaste minha vida
Em torvelinho

Em silêncio
Arrumaste tua mala
A chuva daquela noite
Senti como um açoite

Fechaste a porta suave
Senti tua indiferença
Deixando para trás
O perfume de tua ausência

Na ponta dos pés
De mansinho
Voltaste para mim
Levando meu sossego
Deixando minha vida
Em torvelinho



Conceição Pazzola
11/8/2010

domingo, 1 de agosto de 2010

CORTINA

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Afasto devagar a cortina
Atrás de uma janela fechada
Assusta-me uma nesga da rua

Tenho medo de abrir os olhos
De descerrar de uma vez a cortina
E encarar minha vida face a face

De mansinho descerro persianas
Ofuscada pelo bafejo da brisa
A luz do sol, o barulho da rua
Alegria de crianças, papagaios azuis

De braço dado passam dois namorados
Sorriem de nada ao longo do caminho
Sem presente, futuro ou passado
A trocar juras, carícias e carinho

Refugio-me atrás da cortina
Fujo dos momentos fugazes
Fecho persianas mais uma vez
Mergulho de novo na saudade.


Conceição Pazzola

1/8/2010